Roberto foi a estrela de muitos deles.
O jogo da poça d'água, por exemplo. A quarta-feira, 2 de dezembro de 1981, foi de tempestade por todo o dia, no Rio, reuniu a zona norte e zona sul em suas ruas inundadas, até chegar ao Maracanã, no meio da noite. O Vasco tinha de vencer o Flamengo pelo segundo Clássico dos Milhões seguido, para forçar a terceira partida da decisão do Campeonato Carioca.
Havia 45 mil espectadores que esperaram até os 43 minutos do segundo tempo, por um cruzamento que se aproximou de Roberto. Como se a bola quisesse ser chutada por seu artilheiro, parou na poça d'água. Roberto finalizou e fez Vasco 1 x 0. O Flamengo seria campeão no domingo seguinte, vencendo o Vasco por 2 x 1, diante de 161 mil torcedores, numa partida conhecida como "jogo do ladrilheiro." Esta já é outra história.
Vale a primeira, de Roberto heróico. Só os cariocas são capazes destes epítetos para um dia de futebol, ou para um craque de bola.
"Explode o garoto Dinamite no Maracanã." Este é outro destes exemplos. A manchete criada pelo jornalista Aparício Pires, no Jornal dos Sports de 26 de novembro de 1971, para exaltar o primeiro gol de Roberto em Campeonatos Brasileiros. Vitória vascaína por 2 x 0 sobre o Internacional. Dinamite marcou 190 no Brasileirão, conta inicialmente feita pela revista Placar, em 1992, jamais contestada. Dos 190, nove pela Portuguesa, 181 pelo Vasco.
Roberto é um herói do futebol brasileiro. Está para a torcida do Vasco, como Zico está para a torcida do Flamengo e, injustamente, não tanto para os livros da seleção. Merecia. Ganhou a posição de Reinaldo no Mundial da Argentina. Tratou-se do tema como se fosse imposição do presidente da CBD, Heleno Nunes.
Roberto tirou de letra. Fez três gols, um deles salvador. Não fosse seu domínio perfeito e a finalização com que dinamitou o goleiro austríaco, Koncilia, o Brasil poderia ter sido eliminado na fase de grupos, na Copa da Argentina. Graças a Roberto, Brasil 1 x 0 Áustria.
Roberto é a história do Vasco. O maior ídolo de um povo.
Já não seria pouco, mas é ainda mais do que isto. Também é um mito do futebol do Brasil.
Fonte: Blog do PVC - GE
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